
Adja 
Balbino: “É uma das línguas mais usadas na tradução de textos científicos no 
mundo” 
MIRIAN PERES DA CRUZ 
Após quase oito anos de promulgação da Lei 11.161 de 2005 que estabelece a 
obrigatoriedade do ensino da Língua Espanhola no ensino médio e fundamental, a 
oferta do idioma na rede pública ainda caminha a passos lentos. Neste sentido, a 
primeira professora da graduação em Letras – Licenciatura: Habilitações Língua 
Espanhola e Literatura Hispânica da UEL, que completa 18 anos de criação, Adja 
Balbino de Amorim Barbieri Durão, avalia a implantação do ensino do idioma nas 
escolas públicas e privadas do país. 
Hoje, a ex-professora da UEL é docente da Universidade Federal de Santa 
Catarina (UFSC). “A Lei 11.161 que estabelece a obrigatoriedade do ensino de 
Espanhol como língua estrangeira nas escolas não é cumprida. O resultado é que 
os alunos da Universidade se formam e procuram alternativas de trabalho que não 
o magistério. E isto é um aspecto muito negativo”, declara a professora Adja. O 
prazo estabelecido para adaptação das escolas foi de cinco anos, a partir daí o 
ensino de Espanhol seria obrigatório nas escolas. 
Portanto, conforme aponta a professora, os governantes do município e do 
estado deixam de cumprir o que a lei determina. “O ensino de Espanhol nas 
escolas não acontece de verdade, já que em todo o país a lei é descumprida”, 
acrescenta. Na avaliação da professora, o objetivo da Lei 11.161 é oferecer a 
formação no idioma como opção de integração no mundo globalizado. “É preciso 
fazer concursos para levar os professores até a escola e, portanto, fazer com 
que a lei se cumpra”, afirma. 
No entanto, segundo ela, há avanços importantes na área, entre eles o fato de 
o Ministério da Educação (MEC) hoje avaliar o material didático de Espanhol. A 
professora ainda ressalta a importância da atuação da UEL no sentido de difundir 
o ensino o idioma no país. “A Universidade fez o seu papel quando implantou o 
curso. Hoje, a maioria dos professores da área de espanhol tem pelo menos 
mestrado e até doutorado, alguns deles, inclusive, obtiveram sua formação na 
própria UEL”, destaca. 
Adja diz que atualmente as condições de ensino são melhores do que há anos em 
função da oferta abundante de material didático, além do fácil acesso à internet 
e recursos multimídia. “Há uma quantidade imensa de material à disposição, 
portanto, existem condições mais do que adequadas”, afirma. O que significa 
dizer que o aluno também mudou porque deixou de depender apenas do professor. O 
curso da UEL conta hoje com 15 professores e já formou 331 profissionais, desde 
a implantação em 1994. 
ASCENSÃO – Adja afirma que durante um período no Brasil o Espanhol foi 
considerado uma língua sem relevância, até que nos últimos anos o idioma ganhou 
importância em várias áreas. “É uma das línguas mais usadas na tradução de 
textos científicos no mundo”, observa. No entanto, a ideia de que o Espanhol é 
fácil leva o brasileiro a se aventurar a falar a língua, mesmo sem conhecer o 
idioma. Por outro lado, o fato é que devido a proximidade linguística entre o 
Espanhol e a Língua Portuguesa dá a falsa sensação que é possível dominar o 
idioma sem muito esforço. 
 
 
 
 
“Fica a impressão que qualquer pessoa fala Espanhol porque entende essa 
língua com certa facilidade”, diz. Hoje, os falantes nativos do idioma são cerca 
de 450 milhões no mundo. Portanto, o Espanhol é a terceira língua mais falada, 
ficando atrás apenas do Inglês e do Mandarim, sendo possível encontrar falantes 
do idioma nos Estados Unidos, nas Filipinas (antiga colônia espanhola) e até 
mesmo na África. 
Fonte: Jornal Notícia 1.297 (14/11/2012 - Quarta-feira) Agência UEL de Noticias . 
Disponível em: http://www.uel.br/com/noticiadigital/index.php?arq=ARQ_jnt&FWS_Ano_Edicao=1&FWS_N_Edicao=1&FWS_N_Texto=5478&FWS_Cod_Categoria=15.





